O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, acompanhou nesta terça-feira (05/05) a alta de dois pacientes que estavam internados no Hospital de Campanha da Prefeitura, no RioCentro. Eles foram recepcionados por seus familiares, que agradeceram à equipe da unidade de saúde especial para tratamento da Covid-19.
– Foi uma vitória. Estou muito feliz. Tudo com muito carinho dos médicos e de Deus -, afirmou Leandro Cosme dos Santos, de 34 anos, morador Piedade, um dos que receberam alta. Ele foi recepcionado pela mãe, Angela, que era só emoção e gratidão.
O outro paciente a ir para casa foi Francisco Ricardo de Lima, de 51 anos, residente em Padre Miguel. Quem foi buscá-lo foi a esposa, Shirley, com quem é casado há 33 anos. Os dois se reencontraram chorando na rampa de acesso ao hospital, sob uma chuva de aplausos dos médicos e enfermeiros. – Vou levar o amor da minha vida de volta para casa. Ele foi muito bem tratado! -, disse ela.
Mais respiradores
Crivella ressaltou que nesta quarta-feira (06/05) chegam ao Rio mais 20 respiradores e 40 monitores, que serão instalados nos hospitais de referência no município para o tratamento do novo coronavírus: Hospital Ronaldo Gazolla e o Hospital de Campanha, no RioCentro.
– No domingo (10/05) e na segunda-feira (11/05), chegam da China mais 300 respiradores, 400 monitores e outros equipamentos que compramos já antes da pandemia, mas por gestão, para reequipar nossas unidades de saúde, e agora nos servem de forma mais que especial nessa urgência. Chegam ainda milhões de máscaras e EPIs (equipamentos de proteção individual). Esse material vai equipar nossos hospitais e poderemos abrir ainda mais leitos -, disse o prefeito.
A Prefeitura fretou voos da LATAM para trazer 160 toneladas de equipamentos e 18 mil itens. Foi necessário também auxílio do Itamaraty para que o material possa passar por outros países sem que sejam confiscados, uma vez que o mundo necessita desses aparelhos e não há facilmente no mercado.
Leitos ocupados com retaguarda de UTI
Com esse material, inclusive, leitos que estavam desocupados já poderão começar a ser usados.
– Precisamos de ter leitos de UTI como retaguarda para os leitos de enfermaria. Por isso, pessoas sem conhecimento da área da saúde, e que estiveram em hospitais da Prefeitura mostrando leitos desocupados, se equivocaram. Se eles fossem até a UTI, veriam que o local estava cheio de pacientes sendo tratados. Não podemos ocupar leitos se não houver retaguarda na UTI -, explicou Marcelo Crivella.
A expectativa das equipes médicas da Prefeitura é de que, com esse material chegando da China e, imediatamente sendo instalado, a curva de internações e falecimentos seja reduzida.
Tomógrafos ajudam no diagnóstico
O prefeito lembrou também dos tomógrafos adquiridos pelo município e que estão sendo instalados em várias unidades de saúde da Prefeitura, como um que já está em funcionamento no Hospital de Campanha do RioCentro e outros dois cujas obras estão em finalização, em Del Castilho e na Rocinha.
– Esses tomógrafos são o que há de mais avançado e que identificam a Covid-19 logo em seu início, possibilitando o tratamento e a recuperação mais rapidamente. Na Rocinha, por exemplo, instalamos em um terreno de uma igreja justamente para agilizar a instalação e o início do funcionamento. Depois, eles vão todos para as nossas unidades de saúde. Mas aquele local está com adaptação mais fácil e próximo ao metrô. Se fôssemos instalar no alto da Rocinha, demoraria muito e menos pessoas iriam aproveitar -, disse Crivella.
Lockdown em áreas críticas
Crivella afirmou que não vê necessidade, por enquanto, de um lockdown na cidade. Mas que, se preciso for fazê-lo em algumas áreas mais críticas, onde a aglomeração permanece, assim fará.
– Se a população não colaborar, pode haver lockdown dos calçadões de Bangu, Santa Cruz e Campo Grande já neste fim de semana. Não queremos fazer isso, mas faremos, se necessário, colocando a Guarda Municipal 24h por dia para isolar esses espaços.